Pular para o conteúdo principal

Denticao Decidua - Dentes de Leite



A formação dos dentes, desenvolvimento da dentição, e crescimento do complexo craniofacial estão interligados quer durante o período pré-natal quer pós-natal. Ao nascer não há normalmente dentes visíveis na boca, mas já se encontram muitos dentes nas diversas fases de desenvolvimento no interior da estrutura óssea das arcadas dentárias. A calcificação dos dentes de leite começa por volta do quarto mês de gestação; perto do fim do sexto mês todos os dentes de leite já começaram o seu desenvolvimento. Nos primeiros anos aparece a dentição decidual ou de leite e mais tarde a dentição permanente.

(tem de se enfatizar que toda a cronologia da erupção dos dentes deve por necessidade ser aproximada porque não há dois indivíduos exactamente iguais no seu desenvolvimento)

Dentição decidual (de leite) - Os incisivos centrais inferiores são os primeiros dentes de leite a aparecer na boca por volta dos 6 meses. São seguidos mais ou menos um mês mais tarde pelos incisivos centrais superiores. Passam então cerca de 2 meses até ao surgimento dos incisivos laterais superiores. Os incisivos laterais inferiores emergem um pouco antes dos laterais superiores. Regra geral, os dentes inferiores precedem os superiores, e os dentes em ambas as arcadas (maxilar superior e mandíbula), aparecem aos pares, um esquerdo e um direito. Com a idade de 1 ano ou mais tarde, erupcionam os primeiros molares de leite. Os caninos deciduais aparecem por volta dos 16 meses. Por último surgem os segundos molares. Quando a criança atinge os 2 ou 2 anos e meio de idade, é de esperar que todos os dentes de leite estejam já em uso.

Repetindo, a ordem usual na erupção dos dentes deciduais na boca é a seguinte:

1. incisivos centrais

2. incisivos laterais

3. primeiros molares

4. caninos

5. segundos molares

Os dentes mandibulares normalmente precedem os do maxilar superior na sua ordem de surgimento.

Quando completa, a dentição decidual é composta por 20 dentes (10 superiores e 10 inferiores).

Por altura dos 5 anos de idade o crescimento das arcadas dentárias é manifesto por alguma separação dos dentes deciduais.

Uma ideia ainda bastante comum é a de que a dentição decidual não é para levar a sério uma vez que será perdida numa idade ainda muito nova para dar lugar aos dentes permanentes. Muitos por isso pensam que como é uma dentição que será substituída, qualquer dano ou perda prematura, não é importante. Isto é uma visão errada e tem prejudicado o desenvolvimento dental das crianças. Possivelmente porque têm sido chamados de "dentes de leite" ou "dentes de bebé", o leigo tende a pensar nos dentes deciduais como sendo temporários. Simplesmente não é este o caso. Todos os dentes deciduais podem estar em uso dos dois aos sete anos, ou seja 5 anos no total. Alguns dos dentes deciduais estão em uso desde os seis meses até aos doze anos, 11 anos e meio ao todo.

A perda prematura dos dentes primários (também são assim chamados), é considerada hoje em dia como um dos factores de origem e desenvolvimento de uma articulação anormal dos dentes permanentes ou definitivos.



A ordem e idade de erupção dos decíduos na maioria dos casos é assim:


Dente

Idade média de erupção

Incisivo central inferior

6 – 7 meses

Incisivo central superior

7 – 8 meses

Incisivo lateral inferior

7 – 8 meses

Incisivo lateral superior

9 – 10 meses

Primeiro molar inferior

12 meses

Primeiro molar superior

14 meses

Canino inferior

15 – 16 meses

Canino superior

16 – 18 meses

Segundo molar inferior

20 – 24 meses

10º

Segundo molar superior

24 meses


Muitas vezes existem variações nesta ordem, podendo haver erupção de dentes superiores antes dos inferiores, bem como de incisivos laterais antes dos centrais. Não há qualquer problema nestas variações.
Os atrasos na erupção do primeiro dente e dos seguintes devem ser avaliados caso a caso. Até os 14 meses de vida pode ser normal a ausência dos dentes. Na maior parte das vezes, não há problemas. Mas em alguns casos, raros, há uma necessidade de avaliação específica (como na fibrose de gengiva e anodontia congênita).

A erupção dentária pode causar diversos sintomas, variando muito a cada criança. Os mais comuns são:

  • Salivação excessiva

  • Alterações no humor (irritabilidade)

  • Alterações no sono diurno e noturno

  • Fezes mais moles e ácidas (causando assaduras)

  • Inapetência

  • Coriza

  • Hematoma na gengiva (principalmente nos molares)

  • Aumento da temperatura corpórea (abaixo dos 38°C)

Mordedores de borracha ou plástico, cremes anestésicos próprios para a erupção dentária (Nenedent®, Orajel®), analgésicos (como Tylenol®, Lisador®, AAS®) ou medicamentos fitoterápicos (como a camomila e Camomilina C®) muitas vezes são indicados para atenuar estes sintomas e deixar a criança mais tranqüila.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dente Lateral Conoide - Caso Clinico

Um caso clinico bem didatico de uma restauracao em Resina Charima e Durafill, realizada na Faculdade de Odontologia de Aracatuba UNESP Clique aqui para ver o artigo completo

Alimentos cariogênicos: o que são e como eles podem afetar a sua saúde bucal?

Alimentos cariogênicos: o que são e como eles podem afetar a sua saúde bucal? Além da má higiene bucal, os alimentos também podem ajudar na formaçãos de cáries. Conheça todos eles! Da dor de dente à perda dentária: a cárie é uma doença bucal que pode provocar vários incômodos. Muitas vezes o próprio paciente pode estar contribuindo para a formação desse problema. Além da má higiene bucal ou a ausência desse cuidado, outro motivo que influencia na formação de cáries é a ingestão de alimentos cariogênicos. Você sabe quais são eles? ALIMENTAÇÃO X CÁRIE: ENTENDA O QUE É TER UMA DIETA CARIOGÊNICA Seu sorriso é o que você come. Por isso, uma alimentação rica em açúcares e carboidratos, principalmente a sacarose, pode favorecer (e muito) a formação das cáries. Mas por que isso acontece? Na verdade, esses alimentos são responsáveis por um combustível extra para as bactérias produzirem os ácidos que levam à desmineralização dentária, motivando nas lesões de cárie. Essas b